Ontem, domingo, dois amigos, ambos com mais de 60 anos de idade bebiam juntos, quando de repente, algo brutal aconteceu, um deles, desferiu 2 golpes de faca contra o companheiro de mesa de bar, onde um deles acertou diretamente o coração, trazendo a óbito a vítima.
O agressor, de 65 anos de idade, foi detido pela Polícia Militar e conduzido a cidade de Natal para a lavratura do flagrante e encontra-se preso neste momento aguardando decisão judicial.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Polícia e Forças Armadas invadem outro reduto do crime no Rio
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Helicópteros e veículos blindados da polícia e das Forças Armadas iniciaram na manhã deste domingo a operação para ocupar o conjunto de favelas do Alemão, uma das principais fortalezas de criminosos no Rio de Janeiro para onde fugiram dezenas de homens armados após a ocupação da favela Vila Cruzeiro na quinta-feira.
Centenas de policiais fortemente armados, a maioria deles embarcados em ao menos 10 veículos blindados da Marinha operados por fuzileiros navais, subiram as ladeiras por diferentes pontos do Alemão, enquanto ao menos quatro helicópteros sobrevoavam o local com voos rasantes sobre as casas, de acordo com imagens de TV mostradas ao vivo.
'Vamos usar a força máxima para resolver de vez essa questão,' disse a jornalistas o coronel Paulo Henrique Moraes, comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) logo após o início da ação, que começou pontualmente às 8h.
'Vamos aproveitar os veículos blindados para lançar as primeiras equipes, o que já aconteceu, e vamos lançar outras equipes por demais pontos,' acrescentou.
Desde sexta-feira mais de mil homens do Exército e da Polícia Federal ajudam a polícia fluminense ocupando o perímetro do Complexo do Alemão para impedir a fuga dos criminosos, que são acusados de comandar a onda de violência na cidade que resultou na morte de ao menos 46 pessoas em uma semana.
A polícia deu um ultimato no sábado para que os suspeitos traficantes se rendessem e entregassem as armas, mas, segundo a Polícia Militar, não houve nenhuma rendição no local determinado dentro da favela. Ao menos 30 suspeitos foram detidos tentando escapar do cerco, incluindo dois homens acusados de serem importantes líderes do tráfico de drogas na localidade.
Criminosos e as tropas da brigada paraquidista do Exército trocaram tiros repetidas vezes desde a ocupação militar das entradas e saídas do Complexo do Alemão, deixando ao menos 10 feridos, incluindo um soldado, um policial e um fotógrafo da Reuters.
A operação em torno do Alemão foi iniciada após a fuga em massa de dezenas de homens armados para a comunidade em consequência da tomada na quinta-feira pela polícia, com ajuda de veículos blindados da Marinha e fuzileiros navais, da favela Vila Cruzeiro, outro reduto dos criminosos acusados de comandarem a onda de ataques a veículos e alvos policiais na cidade.
Ao menos 100 carros e ônibus foram incendiados por criminosos desde o domingo passado, e ações da polícia em resposta aos ataques nas ruas deixaram pelo menos 45 suspeitos mortos em confrontos, de acordo com a polícia. Uma jovem de 14 anos também morreu, vítima de bala perdida. Mais de 100 suspeitos já foram presos pelas autoridades por envolvimento com o crime organizado.
Autoridades da área de segurança consideram as ações violentas desencadeadas na semana passada uma resposta à nova estratégia implementada na capital com as Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), que provocou a saída de chefes do tráfico de favelas onde esse tipo de policiamento foi instaurado. Acuado e forçado a deixar algumas áreas da cidade, o crime organizado estaria reagindo.
A implantação das UPPs em 15 das centenas de favelas espalhadas pela cidade é considerada o maior avanço na área de segurança pública da capital fluminense nos últimos anos, e a medida foi inclusive citada pelo Comitê Olímpico Internacional como um exemplo de que a cidade será segura para a Olimpíada de 2016. O Rio também será palco central da Copa do Mundo de 2014.
(Edição de Vanessa Stelzer)
sábado, 27 de novembro de 2010
Mais um traficante preso na cidade Touros
Assim como no Rio de Janeiro, respeitadas as devidas proporções, a cidade Touros vive hoje um combate intenso às drogas ilicitas.
Desde o mês de agosto até agora, já são 3 traficantes presos em flagrante, e pelo menos 08 bocas de fumo fechadas, além de alguns traficantes que resolveram sair da cidade por medo de serem pegos, dentro da nova política de segurança e combate às drogas na cidade.
Ontem, foi a vez de francisco, vulgo Nenen, ser preso dentro da casa usada para comercializar crack e maconha, no momento em que usuários oriundos da cidade de Rio do Fogo chegavam para comprar a droga, o traficante foi autuado em flagrante, conduzido para a cidade de Natal, onde deve residir em seu novo endereço por um bom tempo.
Fica o agradecimento às denúncias anônimas, que mais uma vez nos ajudaram a chegar a este criminoso.
Agradecemos também ao empenho conjunto dos policiais que se encontravam de folga, bem como aqueles de serviço normal e ao GTO, que atuaram exemplarmente em mais uma ação bem sucedida. além das drogas, foram encontrados no local, alguns aparevlhos de DVD, provavelmente trocados no local por drogas.
Um bom fim de semana a você que nos prestigia, acompanhando nosso blog e torcendo cada vez mais pelo sucesso do nosso trabalho, pois agora mais do que nunca, só se sente incomodado, quem está devendo e sabe que vamos chegar lá a qualquer momento.
Abraço, caro leitor!
Polícia Militar de Touros, trabalhando sempre mais!
Fumo passivo mata 600 mil por ano, diz OMS
Fumo passivo mata 600 mil por ano, diz OMS
Por Kate Kelland
LONDRES (Reuters) - Cerca de 1 por cento das mortes mundiais se devem ao tabagismo passivo, o que significa estimados 600 mil óbitos anuais, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira.
No primeiro estudo mundial já feito sobre isso, os especialistas da OMS concluíram que as crianças são mais expostas ao fumo passivo do que qualquer outra faixa etária, e que cerca de 165 mil delas morrem por causa disso.
'Dois terços dessas mortes ocorrem na África e no sul da Ásia', escreveu a equipe liderada por Annette Pruss-Ustun.
A exposição das crianças à fumaça de cigarros é mais comum dentro de casa, e o problema é agravado pela maior incidência de doenças infecciosas nessas regiões.
Em comentário sobre o estudo na revista Lancet, Heather Wipfli e Jonathan Samet, da Universidade do Sul da Califórnia, disseram que as autoridades deveriam tentar motivar as famílias a pararem de fumar dentro de casa 'Em alguns países, lares livres de fumaça estão se tornando a norma, mas isso está longe de ser universal', escreveram.
Os pesquisadores examinaram dados de 192 países, colhidos desde 2004, e empregaram um modelo matemático para estimar o número de mortes e o número de anos de vida saudável que são desperdiçados.
Em 2004, em nível mundial, estavam expostos ao fumo passivo 40 por cento das crianças, 33 por cento dos homens não-fumantes e 35 por cento das mulheres não-fumantes.
Isso teria provocado 379 mil mortes por doenças cardíacas, 165 mil por infecções respiratórias, 36,9 mil de asma e 21,4 mil de câncer de pulmão. A isso se somam 5,1 milhões de mortes anuais atribuídas ao uso direto do tabaco.
Entre crianças, as mortes pelo fumo passivo se concentram nos países de baixa e média renda. Entre adultos, elas se distribuem de forma mais homogênea.
Nos países mais ricos da Europa, por exemplo, foram registradas apenas 71 mortes infantis por causa do fumo passivo, e 35.388 mortes de adultos. Na África, foram 43.375 mortes infantis e 9.514 adultas.
Pruss-Ustun defendeu que os países cumpram a Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco, que inclui maior taxação sobre cigarros, embalagens menos atraentes, proibição da publicidade e outras medidas.
Só 7,4 por cento da população mundial vive em áreas com leis rígidas contra o fumo, mas nem sempre elas são suficientemente fiscalizadas.
LONDRES (Reuters) - Cerca de 1 por cento das mortes mundiais se devem ao tabagismo passivo, o que significa estimados 600 mil óbitos anuais, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira.
No primeiro estudo mundial já feito sobre isso, os especialistas da OMS concluíram que as crianças são mais expostas ao fumo passivo do que qualquer outra faixa etária, e que cerca de 165 mil delas morrem por causa disso.
'Dois terços dessas mortes ocorrem na África e no sul da Ásia', escreveu a equipe liderada por Annette Pruss-Ustun.
A exposição das crianças à fumaça de cigarros é mais comum dentro de casa, e o problema é agravado pela maior incidência de doenças infecciosas nessas regiões.
Em comentário sobre o estudo na revista Lancet, Heather Wipfli e Jonathan Samet, da Universidade do Sul da Califórnia, disseram que as autoridades deveriam tentar motivar as famílias a pararem de fumar dentro de casa 'Em alguns países, lares livres de fumaça estão se tornando a norma, mas isso está longe de ser universal', escreveram.
Os pesquisadores examinaram dados de 192 países, colhidos desde 2004, e empregaram um modelo matemático para estimar o número de mortes e o número de anos de vida saudável que são desperdiçados.
Em 2004, em nível mundial, estavam expostos ao fumo passivo 40 por cento das crianças, 33 por cento dos homens não-fumantes e 35 por cento das mulheres não-fumantes.
Isso teria provocado 379 mil mortes por doenças cardíacas, 165 mil por infecções respiratórias, 36,9 mil de asma e 21,4 mil de câncer de pulmão. A isso se somam 5,1 milhões de mortes anuais atribuídas ao uso direto do tabaco.
Entre crianças, as mortes pelo fumo passivo se concentram nos países de baixa e média renda. Entre adultos, elas se distribuem de forma mais homogênea.
Nos países mais ricos da Europa, por exemplo, foram registradas apenas 71 mortes infantis por causa do fumo passivo, e 35.388 mortes de adultos. Na África, foram 43.375 mortes infantis e 9.514 adultas.
Pruss-Ustun defendeu que os países cumpram a Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco, que inclui maior taxação sobre cigarros, embalagens menos atraentes, proibição da publicidade e outras medidas.
Só 7,4 por cento da população mundial vive em áreas com leis rígidas contra o fumo, mas nem sempre elas são suficientemente fiscalizadas.
Guerra no Rio recebe reforço de 800 homens do Exército
Guerra no Rio recebe reforço de 800 homens do Exército
Jornal da Band
pauta@band.com.br
A guerra no Rio de Janeiro recebeu nesta sexta-feira o reforço de 800 homens do Exército e 300 da Polícia Federal. O contingente apoiou a polícia fluminense na ocupação da Vila Cruzeiro e no cerco ao Complexo do Alemão.
Em frente ao batalhão, uma base da megaoperação contra o tráfico. Nos carros de combate ficaram as marcas do confronto com os traficantes. Os blindados foram alvo dos flashes da população que fez uma manifestação de apoio, reforçada pelo pedido de permanência no local. A movimentação dos carros de combate, pelas ruas da zona norte do rio, atraiu a atenção da imprensa estrangeira.
A Polícia Civil reforçou a ocupação na Vila Cruzeiro. Pela manhã, cerca de cem homens entraram na favela e a estratégia é manter as ações e completar o cerco do conjunto de favelas do Alemão para impedir que os bandidos escapem. Um helicóptero blindado da polícia fez voos rasantes e trocou tiros com traficantes. Ainda existem bandidos escondidos na mata.
Uma densa vegetação separa a Vila Cruzeiro do conjunto de favelas do Alemão, onde os criminosos buscaram abrigo. Imagens aéreas mostram uma caminhonete abandonada na estrada, usada pelos traficantes na fuga. Estende-se por dez bairros, com 40 morros, onde vivem 400 mil pessoas. No Brasil todo, só 52 cidades, incluindo as capitais, tem população maior o que este conjunto de favelas.
A estrutura montada na favela tinha até um hospital improvisado, para atender os bandidos feridos. Equipamentos médicos foram encontrados pelos policiais em uma espécie de enfermaria. Dentro da favela, vários caminhões foram incendiados pelos traficantes para impedir a entrada da polícia. As chamas atingiram os transformadores e a favela está sem luz.
Sobraram várias carcaças de carros, pneus queimados, paredes que guardam marcas de um intenso tiroteio. As barricadas são retiradas para passagem dos blindados. Em um território onde ninguém arriscava entrar, a apreensão é grande. Quanto mais a polícia avança, mais drogas e armas são encontradas. O material está guardado em fortalezas montadas pelo grupo que tem espalhado o terror na cidade.
Hoje, a Polícia Federal entrou na guerra com 300 agentes que ocuparam os acessos ao Morro do Alemão. Um comboio com 800 soldados do Exército também apoiou. Os militares isolaram a área ocupada. No final da tarde, o Exército trocou tiros com traficantes do Morro do Alemão, o próximo alvo de ocupação da polícia.
Durante a noite, os ataques pela cidade continuaram. Na Auto Estrada Grajaú-Jacarepaguá, que liga as zonas norte e oeste, motoqueiros incendiaram um carro. Em Copacabana e Ipanema, zona sul, dois veículos foram incendiados. Em Honório Gurgel, do outro lado da cidade, um táxi foi destruído.
Em frente ao batalhão, uma base da megaoperação contra o tráfico. Nos carros de combate ficaram as marcas do confronto com os traficantes. Os blindados foram alvo dos flashes da população que fez uma manifestação de apoio, reforçada pelo pedido de permanência no local. A movimentação dos carros de combate, pelas ruas da zona norte do rio, atraiu a atenção da imprensa estrangeira.
A Polícia Civil reforçou a ocupação na Vila Cruzeiro. Pela manhã, cerca de cem homens entraram na favela e a estratégia é manter as ações e completar o cerco do conjunto de favelas do Alemão para impedir que os bandidos escapem. Um helicóptero blindado da polícia fez voos rasantes e trocou tiros com traficantes. Ainda existem bandidos escondidos na mata.
Uma densa vegetação separa a Vila Cruzeiro do conjunto de favelas do Alemão, onde os criminosos buscaram abrigo. Imagens aéreas mostram uma caminhonete abandonada na estrada, usada pelos traficantes na fuga. Estende-se por dez bairros, com 40 morros, onde vivem 400 mil pessoas. No Brasil todo, só 52 cidades, incluindo as capitais, tem população maior o que este conjunto de favelas.
A estrutura montada na favela tinha até um hospital improvisado, para atender os bandidos feridos. Equipamentos médicos foram encontrados pelos policiais em uma espécie de enfermaria. Dentro da favela, vários caminhões foram incendiados pelos traficantes para impedir a entrada da polícia. As chamas atingiram os transformadores e a favela está sem luz.
Sobraram várias carcaças de carros, pneus queimados, paredes que guardam marcas de um intenso tiroteio. As barricadas são retiradas para passagem dos blindados. Em um território onde ninguém arriscava entrar, a apreensão é grande. Quanto mais a polícia avança, mais drogas e armas são encontradas. O material está guardado em fortalezas montadas pelo grupo que tem espalhado o terror na cidade.
Hoje, a Polícia Federal entrou na guerra com 300 agentes que ocuparam os acessos ao Morro do Alemão. Um comboio com 800 soldados do Exército também apoiou. Os militares isolaram a área ocupada. No final da tarde, o Exército trocou tiros com traficantes do Morro do Alemão, o próximo alvo de ocupação da polícia.
Durante a noite, os ataques pela cidade continuaram. Na Auto Estrada Grajaú-Jacarepaguá, que liga as zonas norte e oeste, motoqueiros incendiaram um carro. Em Copacabana e Ipanema, zona sul, dois veículos foram incendiados. Em Honório Gurgel, do outro lado da cidade, um táxi foi destruído.
sábado, 13 de novembro de 2010
FAÇA A SUA PARTE
Pelo menos faça a sua parte!
Quem determina o destino? Talvez esta seja a mais antiga indagação de todo ser humano!
Muitas pessoas acreditam que o destino é imutável porque é controlado por uma força maior. Uns chamam esta força de Energia, alguns chamam de Natureza, e outros avocam Deus. “Ele é um predestinado!”, “Ninguém morre antes da hora!” e “Morreu porque sua hora chegou!” são expressões que exemplificam esta crença.
Outros indivíduos creem que o homem vive como pode até que seu destino se mostre e o guie nos momentos decisivos da sua existência. E eles dizem: “Meu anjo da guarda é forte!”
E alguns ainda entendem que o destino nada mais é do que o resultado das escolhas e do comportamento de cada pessoa, não obstante a presença divina. Estes afirmam: “Ele fez por merecer o melhor!” e “Morreu porque quis!”
Apesar da diversidade de crenças e das frases feitas, só uma coisa é realmente certa: ninguém conhece verdadeiramente o próprio destino; ninguém sabe previamente o resultado final de uma escolha, seja ela boa ou ruim.
Mas imagine que todas as vítimas do crime e da violência pudessem, horas antes de serem atacadas, visualizar o futuro por um breve momento. Quantas pessoas se salvariam? Agora pense quantos policiais seriam salvos se eles pudessem conhecer o futuro. Se isto fosse possível, com certeza cada um de nós teria um, dois ou, quem sabe, dez amigos policiais ao nosso lado novamente.
Assim, o detetive da Polícia Civil de Minas Gerais A.B.A.S (32 anos) não perseguiria o suspeito que o emboscaria numa rua escura e o mataria com um tiro na cabeça em 23 de janeiro de 2003 na cidade de Belo Horizonte/MG.
Se soubessem que um dos presos, levado para a 25ª DP do Engenho Novo, conseguiria se livrar da algema descartável, desarmar, atirar e matar um dos colegas, os policiais do 3º BPMRJ teriam contido o criminoso com uma algema convencional e mantido a segurança do armamento durante todo o tempo em que preenchessem o boletim de ocorrência em 07 de agosto de 2008.
Em 28 de maio de 2008, o policial civil do Estado de São Paulo C.P.S. (57 anos) não teria ido sozinho ao Morro do Kibom para entregar uma intimação se soubesse que a pessoa que assinaria o documento aguardaria que ele virasse de costas para esfaqueá-lo, tomar-lhe a arma, abrir fogo, e depois arrastar seu corpo por cerca de 100 metros até a viatura na tentativa de incendiá-la junto com seus restos mortais.
Os instrutores da Academia de Polícia do Barro Branco não realizariam a instrução de tiro do dia 20 de janeiro de 2004 se soubessem que um disparo acidental ceifaria a vida do soldado PMSP 2ª classe F.G. (23 anos).
Os policiais federais F.L.F (42 anos) e J.G.R não permaneceriam horas à fio dentro de uma viatura descaracteriza durante uma campana se soubessem que quatro criminosos armariam uma emboscada que mataria F.L.F com um tiro no tórax, em 13 de dezembro de 1989, na cidade de Campo Grande/MS.
E com certeza, na manhã do dia 17 de janeiro de 2010, o soldado D.A.W. e o 3º sargento W.A.C. (41 anos), ambos da Polícia Militar do Rio de Janeiro, não estacionariam a viatura na região central da cidade e ficariam dentro dela se tivessem a convicção de que em 30 minutos, três ou quatro criminosos se aproximariam num carro preto, sairiam do veículo e disparariam ininterruptamente contra os dois, provocando ferimentos no primeiro e a morte imediata do segundo.
Não há dúvida de que o treinamento e o trabalho policial seriam mais fáceis e seguros se existisse esta tal vidência. Afinal, bastaria treinar continuamente e à exaustão cada aluno predestinado ao confronto com criminosos ou alocar estes policiais em outras atividades. Mas isso é pura ficção, e a realidade é tão dura quanto o chão no qual tombaram estes heróis.
Por isso, você precisa considerar sua crença, seja ela qual for, e se perguntar se ela encoraja ou não sua capacidade para se defender; se ela impõe a aceitação incondicional de que tudo na vida é obra de um destino inflexível ou se o estimula a aceitar total responsabilidade por sua segurança pessoal.
Por que isto é importante? Porque alguém que acredita que seu destino é controlado por uma força externa tende a relaxar e não ser bem sucedido em uma situação de sobrevivência se comparado a um indivíduo inclinado a confiar em sua própria capacidade para decidir e tomar uma atitude. Aquele que se considera no controle das coisas boas e ruins que experimenta tem mais chance de superar situações difíceis do que aquele que acredita que as coisas ocorrem por acaso. Este último se entrega facilmente às adversidades, pois seu destino não lhe pertence, não importando o que ele faça para estar a salvo.
Logo, cada policial deve assumir total responsabilidade por sua própria segurança fazendo aquilo que lhe cabe. Ou seja, pelo menos não cometendo os mesmos erros que têm levado as vidas de milhares de policiais em todo o mundo.
No centro deste tema estão o estado de alerta e o comportamento preventivo. O comportamento preventivo começa quando você simplesmente acredita que pode ser o alvo algum dia. O estado de alerta ocorre quando você presta atenção nas pessoas e nos acontecimentos à sua volta.
Mas sabendo que não é possível permanecer 100% alerta 100% do tempo, você pode avaliar quais os momentos da sua vida requerem um nível maior de atenção. Sem dúvida, estar dentro de uma viatura num local perigoso exige um nível de alerta maior do que se você estivesse num supermercado. Ficar na viatura é confortável, mas perigoso. Fora dela é ruim, porém mais seguro. Fora da viatura, você vê o que ocorre na redondeza e pode reagir mais rápido do que se estivesse confinado dentro do veículo.
Com isto em mente, pode-se dizer que a morte não tem hora ou data marcada, a menos que você vacile e faça seu próprio agendamento. Deus deseja o seu bem, contudo certas tarefas são da sua responsabilidade. E ficar vivo é uma delas!
Humberto Wendling é Agente de Polícia Federal e professor de armamento e tiro lotado na Delegacia de Polícia Federal de Uberlândia/MG.
E-mail: humberto.wendling@ig.com.br
Blog: www.comunidadepolicial.blogspot.com
Quadrilha explode caixas eletrônicos em Extremoz
Quadrilha explode caixas-eletrônicos em Extremoz
Oito homens armados de escopeta calibre 12, pistolas e fusil arrombaram dois caixas eletrônicos localizados na cidade de Extremoz, na Grande Natal, na madrugada de hoje. Assim como o que aconteceu na cidade de Lagoa Salgada, interior potiguar, nesta semana, os bandidos dinamitaram os caixas e conseguiram levar o dinheiro
Parabens, Tenente Ulisses, exemplo de esforço pessoal e trabalho juntamente com a sua equipe.
Tenente fala sobre três bocas de fumo fechadas na zona Norte
Policiais do 4º Batalhão de Polícia Militar, sediado na zona Norte da capital, fecharam três bocas de fumo durante a madrugada desta quinta-feira (11). Todas as ações foram feitas na área do bairro de Igapó, comandadas pelo tenente Ulisses Carvalho.
Entre o treinamento e o desespero!
Certamente você já ouviu o ditado: a propaganda é a alma do negócio! À primeira vista, a frase é simples, inocente e genial, como pode acreditar um estudante de publicidade que ainda acha que a maior invenção do mundo é o clipe para prender papel. Não discordo sobre a importância da publicidade e da propaganda nos empreendimentos comerciais e na vida pessoal. Mas o fato é que esta frase esconde uma questão intrigante: se a alma do negócio é a propaganda, qual a importância do produto em si? Sem a resposta correta para esta pergunta, cedo ou tarde, você vai comprar gato por lebre.
E uma das maiores propagandas que tenho notícia no meio policial diz respeito ao coldre de neoprene. A empresa Neoprene Brasil informa que o neoprene “é a combinação de uma fatia de borracha expandida sob alta pressão e temperatura, que quando vulcanizada é revestida com tecido dos dois lados ou de apenas um lado. Suas principais características são: flexibilidade, elasticidade, resistência e proteção térmica.”
Um bom coldre deve ser resistente, confortável, fácil de usar em qualquer circunstância e seguro. Embora os policiais acreditem que o coldre de neoprene proteja a arma contra a ferrugem (seu grande trunfo), isto não é verdade, pois nenhum coldre possui esta capacidade. De qualquer modo, o produto é vendido com ou sem presilha para cintos. Quanto ao último modelo, simplesmente me recuso a desperdiçar tempo precioso com considerações técnicas e táticas. Assim, se você possui um coldre desse tipo, considere a seguinte sugestão: jogue-o no lixo. Fazendo isso, você vai se livrar de metade do problema. Já a outra metade se revolverá quando você adquirir um produto de qualidade indiscutível.
Ops! Aqui tem outro problema! Num lugar onde as polícias se equivalem a indigentes em termos de equipamentos de uso pessoal e coletivo, adquirir algo de QUALIDADE INDISCUTÍVEL significa, invariavelmente, importar. A indigência não é uma falha dos policiais, mas do desconhecimento, do desinteresse, da inaptidão e da avareza dos responsáveis pelas aquisições de produtos destinados ao trabalho policial. A questão é que para preencher esta lacuna, os policiais acabam utilizando seus salários na aquisição dos equipamentos que precisam. E quando fazem isso, esbarram na pobreza do mercado nacional. Pessoalmente, não me importaria com a sobrevivência do mercado interno, desde que eu encontrasse os melhores equipamentos estrangeiros em cada esquina.
Então, eu penso numa bota Original Swat, Hi-tec Magnum ou Oakley, e alguém compra um kichute. Penso num colete tático Blackhawk, Eagle ou Leapers, e alguém me entrega um jaleco. Penso numa veste policial/militar 5.11, Gore-Tex Parka com camuflagens variadas, e alguém manda tingir uma gandola. Penso num bastão retrátil, e alguém compra uma tonfa de um metro. Penso numa arma Glock, Sig Sauer, CZ, Springfield, Heckler & Koch, Colt, Benelli ou Remington, e alguém quer me empurrar um troço goela abaixo. Penso num sedan médio 2.0 adequadamente equipado para o trabalho policial, e alguém compra um camburão ou manda instalar um kit gás no carrinho 1.0 da polícia. Aí, penso num coldre Fobus, IMI, Blackhawk, Safariland, 5.11, Specter ou Uncle´s Mike, e alguém vende e faz propaganda de uma coisa de neoprene.
Mesmo assim, tentando melhorar o conforto, a própria segurança e a qualidade do trabalho que prestam ao país, a maioria dos policiais acaba adquirindo os produtos disponíveis nas parcas lojinhas de quinquilharias. Contudo, acreditando na propaganda boca a boca, o policial compra o tal coldre de neoprene. “Com ele, a arma não enferruja!”, “A arma fica firme na cintura!”, “Sempre que eu precisei, o coldre funcionou!”, “É muito confortável e nem parece que eu estou armado!”, “É ambidestro e compatível com várias armas curtas!”, “Quando eu treino o saque, o coldre nunca sai junto com a arma!”
Entretanto, caro colega, a diferença entre o treinamento e a vida real é o DESESPERO. E mesmo no treino, aqueles que usam coldres de neoprene acabam sacando, “sem querer”, suas armas e coldres ao mesmo tempo. Para piorar, na vida real, as coisas raramente ocorrem como você quer ou da forma como você treina.
Só para ilustrar esta real possibilidade, no Rio de Janeiro/RJ, um experiente policial federal reagiu durante um assalto. Ele sacou sua arma, mas o coldre de neoprene ficou preso nela. Mesmo assim, o policial conseguiu disparar UMA VEZ nos criminosos. Depois do primeiro disparo, a pistola falhou porque o coldre impediu o movimento do ferrolho (totalmente para trás ou para frente). Os criminosos revidaram e acertaram o policial, que só não foi assassinado porque os bandidos se deram por satisfeitos. Volto a lembrar: o desespero é a diferença entre o treino e a realidade.
Como policial, você provavelmente já experimentou aqueles sonhos recorrentes onde você está desarmado no meio de um tiroteio ou sua arma falha ou os projéteis caem no chão assim que saem do cano. E para transformar este sonho em realidade, basta você usar uma arma suja (ou de qualidade duvidosa) ou munição velha ou uma pochete “saque rápido” ou um coldre que não presta. Então, antes de gastar seu salário, verifique se o equipamento é o melhor possível e funciona na hora da AFLIÇÃO EXTREMA.
Humberto Wendling é Agente de Polícia Federal e professor de armamento e tiro lotado na Delegacia de Polícia Federal em Uberlândia/MG.
E-mail: humberto.wendling@ig.com.br
Blog: www.comunidadepolicial.blogspot.com
FORAGIDO DA JUSTIÇA É ENCONTRADO MORTO EM PARNAMIRIM
Foi encontrado morto nesta sexta-feira na grande natal o assaltante Damião aquino paulino, 24 vulgo "Mião" que vinha aterrorizando a região mato grande, em especial a cidade de João Câmara, onde atuava de forma desafiadora contra a polícia local, principalmente assaltando motos a mão armada.
“Mião era foragido da justiça, mas de vez em quando o mesmo voltava à cidade para praticar furtos e assaltos com o intuito de desafiar a polícia, depois fugia do local.
“Mião era foragido da justiça, mas de vez em quando o mesmo voltava à cidade para praticar furtos e assaltos com o intuito de desafiar a polícia, depois fugia do local.
No momento não temos ainda as informações precisas sobre o assassinato, no entanto informamos que seu corpo está sendo velado na residência de familiares no bairro CEAC. Logo que tivermos acesso aos fatos noticiaremos na íntegra.
Postado por DIÁRIO DE POLÍCIA - 2ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA -
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Edinho, traficante do conjunto Frei Damião preso enquanto vendia drogas em casa.
Aguardem a matéria, em breve fotos e detalhes do caso.
a ação conjunta da PM e Civil, durou apenas alguns minutos, com denuncias anonimas, chegamos rapidamente à casa do traficante que vendia drogas com o auxílio de crianças e menores da cidade.
a ação conjunta da PM e Civil, durou apenas alguns minutos, com denuncias anonimas, chegamos rapidamente à casa do traficante que vendia drogas com o auxílio de crianças e menores da cidade.
domingo, 7 de novembro de 2010
sábado, 6 de novembro de 2010
Fazendo a coisa certa na hora certa!
Fazendo a coisa certa na hora certa!
Na manhã do dia 06/08 recebi uma chamada telefônica de um colega. Foi assim:
- Você soube o que aconteceu com o João?
- Não! O quê?
- Ele reagiu a um assalto e matou o cara!
- Agora?
- Não! Foi nesta madrugada!
- E ele tá bem?
- Tá tudo bem!
No mesmo dia o jornal local publicou a matéria intitulada “Ladrão é morto após tentar roubar delegado da PF”. O artigo informou o seguinte:
“Ao tentar roubar à mão armada um carro na madrugada de hoje (6), no bairro Fundinho, na região central de Uberlândia, o assaltante foi surpreendido de maneira letal. A vítima era um delegado da Polícia Federal de Uberlândia. O autor do assalto W.D.N., 36 anos, acabou morto a tiros. Ele sacou a arma contra o delegado, que atirou antes para se defender.
O delegado havia acabado de estacionar na rua e caminhava pela calçada quando foi abordado pelo assaltante. W.D.N. empunhava uma pistola calibre 380 prateada. Ele determinou que a vítima voltasse para o carro e entregasse as chaves e a carteira.
O delegado disse que pediu ao homem que se acalmasse e que entregaria tudo o que ele quisesse. A única carteira que possuía, no entanto, era a funcional, onde estava todo o dinheiro e demais documentos. Ele sacou a arma e identificou-se. Segundo o depoimento do delegado, antes que o autor atirasse, ele disparou para intimidar e dominar o assaltante.
Moradores do prédio em frente ao local do crime disseram para os policiais militares que o delegado tentou tranquilizar o autor, que demonstrava nervosismo. Mesmo depois de ser atingido, o assaltante tentou alcançar a arma no chão.
O delegado mandou que ele permanecesse imóvel e chutou a arma para fora do alcance de W.D.N. A vítima foi socorrida e levada ao Pronto-Socorro do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, mas não resistiu aos ferimentos.” (JORNAL CORREIO DE UBERLÂNDIA, 2010).
Após o confronto, uma breve investigação indicou que no dia 05/08 o criminoso W.D.N., também conhecido como Will Pitbull, e três comparsas haviam deixado a cidade de Uberaba/MG rumo a Uberlândia/MG. Quando chegaram ao destino, eles decidiram roubar um carro e cometer outros crimes. Como era necessário aterrorizar a pretensa vítima (e quem sabe matá-la), eles portavam, dentre outras armas, uma pistola .380 totalmente carregada com 17 cartuchos expansivos (EXPO). A arma estava pronta, ou seja, com “bala na agulha”.
Poucas horas antes do confronto, o policial (que em breve seria a vítima da quadrilha) havia combinado uma reunião com amigos num conhecido restaurante da cidade. Como era responsável por sua própria segurança, ele portava uma pistola calibre 9 mm pronta para o uso e totalmente carregada com munição expansiva. Mas não se engane com as diferenças entre calibres e munições, porque uma arma, por si só, não é capaz de vencer uma luta. E como a diferença entre viver e morrer é medida em segundos, você precisa saber que os vencedores nos combates armados são aqueles mais preparados para reagir.
Assim, o policial estacionou e desceu do seu carro. Enquanto falava ao celular, ainda próximo à porta do veículo, ele percebeu um homem se aproximando a pé pelo meio da rua. O policial continuou observando o homem, que passou por ele e seguiu adiante. Era óbvio que algo não estava certo, mas o colega não sabia o que exatamente estava errado. Então, ele deu a volta por trás do carro e quando estava perto do porta-malas viu aquele mesmo homem retornar em sua direção. No instante em que o homem se aproximou, ele sacou aquela pistola .380 e disse: “É um assalto! Entra no carro que eu tô armado!” O assaltante, que costumava assassinar suas vítimas em casos semelhantes, ordenou que o policial entrasse no carro e ficasse no banco do passageiro. Tão logo o criminoso anunciou o roubo, ele se aproximou da porta do motorista. O policial pediu calma, deu uns passos para trás (como se fosse atender à exigência do criminoso), e quando o assaltante vacilou, ele sacou a arma, se identificou e acertou logo os três disparos iniciais.
O primeiro projétil atingiu a clavícula direita do bandido e se fragmentou, provocando um grande orifício de entrada, porém com pouca penetração. Surpreso e assustado, o assaltante se virou (no sentido horário) e ficou completamente de frente para o policial, quando recebeu o segundo tiro que perfurou o tórax na altura do mamilo esquerdo. Contudo, estes disparos não foram suficientes para causar a incapacitação imediata do agressor. O policial, que usava o carro como barricada, percebeu que o criminoso se AFASTAVA (1) ainda resistindo à ordem para se entregar. Então, o colega deixou a barricada e REENQUADROU (2) o assaltante em sua linha de visada. O bandido continuou seu giro de arma em punho quando foi atingido pelo terceiro projétil na face lateral esquerda da caixa torácica (onde se localizam as costelas falsas). Mesmo atingido por três tiros, o assaltante saiu do alcance do policial (que errou os quatro disparos seguintes) e conseguiu correr alguns metros antes de se DEITAR (3) no chão. Ele não caiu, mas se deitou dizendo: “Já deu! Já deu! Já deu!” Deitado de costas, o assaltante ainda tateava o chão à procura da arma que havia caído, quando o policial se aproximou, chutou a arma e acionou o serviço de atendimento de urgência. Imaginando a presença de outros criminosos, o policial recuou até o muro de uma casa podendo observar toda a área. Ao ouvirem e perceberem a quantidade de tiros, os comparsas fugiram, a vizinhança surgiu nas janelas e a polícia (que rondava as imediações) chegou.
Então, volto a dizer que uma arma, por si só, não é capaz de vencer uma luta; que a diferença entre viver e morrer é medida em segundos; que os vencedores nos combates armados são aqueles mais preparados para reagir.
Neste incidente, o colega foi escolhido como vítima porque se comportou como uma vítima potencial ao permanecer próximo ao carro conversando pelo telefone durante a noite. E estar armado numa situação assim não significa garantia de segurança. Além disso, o que poucas pessoas percebem é que carros e motocicletas são verdadeiras armadilhas. Se você está dentro ou próximo do seu carro, certamente você está em perigo. Então, a solução é observar o lugar antes de parar, estacionar o carro e sair logo do local desconfiando da aproximação de qualquer pessoa.
Outro aspecto importante neste episódio é que por mais que os policiais realizem acompanhamentos de criminosos, vigilâncias ou perseguições, eles jamais consideram a possibilidade de estarem eles mesmos sendo seguidos ou vigiados. E foi exatamente o que ocorreu com o policial, quer dizer, as investigações demonstraram que ele foi seguido antes de ser abordado pelo criminoso.
Felizmente, o policial foi capaz de alterar rapidamente seu estado mental e comportamental de vítima indefesa para uma situação de sobrevivência. Foi quando a presa virou predador, quando a caça virou caçador! A partir daí, ele enganou o bandido e se afastou dele; usou a traseira do carro como barricada; sacou rápido; enquadrou o alvo; se identificou; atirou aproveitando 43% dos disparos (a média de aproveitamento nos tiroteios é de 17%); só deixou a barricada para reenquadrar o alvo; só parou de atirar quando o alvo desistiu, ao invés de utilizar técnicas antiquadas como o Double Tap (que ensina o policial a atirar duas vezes e ESPERAR para ver se algo acontece enquanto ele recebe uma chuva de balas do criminoso); afastou a arma do bandido; pediu auxílio médico e se protegeu contra outras possíveis ameaças.
Além disso, este sobrevivente foi mais um que finalmente percebeu a importância de um carregador adicional, desmistificando a lenda de que “se você não resolver uma situação com cinco tiros, não vai resolver com quinze!” Ele também aprendeu que a carteira de polícia não foi feita para guardar dinheiro, CNH, RG, CPF e outros badulaques.
No mais, fico feliz que o colega tenha feito a coisa certa na hora certa! E meu desejo é que ele tenha vida longa e próspera!
Verifique a imagem no começo deste artigo, e acesse a ilustração do caso.
(1) “A distância é um fator importante porque se o atirador não apontar a arma direito, mesmo que ele queira atirar no alvo, existe uma boa chance dele errar. Desse modo, quanto mais LONGE do atirador, maior a margem de erro. Assim, o problema aqui não é o tamanho da arma ou do calibre, mas o tamanho do alvo que você representa para o atirador.” (Humberto Wendling, artigo “O que eu faço quando alguém está atirando?”, 2010).(1) “Então, a primeira questão é se o atirador está disparando especificamente em você ou se ele está atirando em outra pessoa e os projéteis estão indo noutra direção. Estes dois cenários são relevantes para a escolha da melhor estratégia de reação. De qualquer modo, os objetivos devem ser: SAIR DA LINHA DE TIRO; SAIR DA VISÃO DO ATIRADOR e SAIR DA ÁREA. (Humberto Wendling, artigo “O que eu faço quando alguém está atirando?”, 2010).
(2) “A terceira consideração é se o atirador está realmente querendo acertar você. Se ele está decidido em fazer isso, então ele vai rastrear você até colocá-lo dentro da fatia do bolo (REENQUADRAMENTO) e se aproximar o máximo para acertar o maior número de tiros.” (Humberto Wendling, artigo “O que eu faço quando alguém está atirando?”, 2010).
(3) “A menos que o sistema nervoso central seja atingido, não há qualquer motivo para um indivíduo ser incapacitado, mesmo por um ferimento fatal, até que a hemorragia seja suficiente para diminuir a pressão sanguínea e/ou o cérebro ser privado de oxigênio. Os efeitos da dor, que poderiam contribuir enormemente para a incapacitação, são normalmente atrasados como resultado de uma séria lesão, tal como um ferimento balístico. Quando o ser humano se depara com uma ameaça, seu corpo desenvolve o Reflexo de Luta ou Fuga. Como a dor é irrelevante para a sobrevivência, ela é normalmente suprimida por algum tempo. Portanto, para ser um fator decisivo na incapacitação, primeiro a dor deve ser percebida, e então deve causar um efeito emocional.” (FBI Academy Firearms Training Unit, artigo “Handgun wounding factors and effectiveness”, 1989).
Humberto Wendling é Agente de Polícia Federal e professor de armamento e tiro lotado na Delegacia de Polícia Federal de Uberlândia/MG.
E-mail: humberto.wendling@ig.com.br
Blog: www.comunidadepolicial.blogspot.com
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
O silêncio vale ouro!
Em 02 de setembro de 2010, um jornal eletrônico publicou o artigo denominado “Polícias brasileiras usam diariamente munição proibida em guerras”. O subtítulo do mesmo artigo dizia que “Projéteis do tipo ‘ponta oca’ foram banidos em conflitos internacionais por serem considerados altamente letais e desumanos.”
Para fins didáticos, este texto contém os trechos mais importantes do artigo mencionado seguidos por alguns comentários numerados. Então, vamos lá!
Comentário nº 3: A expansão do tecido humano quando atingido por um projétil não é uma característica peculiar provocada pela munição ponta oca. Na verdade, qualquer objeto (faca, flecha, lança, dardo, agulha, prego, etc.) que pretenda perfurar um alvo precisa expandir o tecido humano até seu limite de ruptura. Este princípio se aplica tanto aos projéteis expansivos quanto aos ogivais. É óbvio, também, que todo objeto que pretenda perfurar o corpo humano deva “fazer um buraco”, caso contrário, não haverá uma perfuração. E perfurar o corpo humano sempre foi o objetivo principal de todas as armas ofensivas desenvolvidas pelo homem desde tempos remotos. Assim, o nome “expansivo” não se deve ao fato deste tipo de projétil expandir o tecido humano, pois qualquer objeto possui esta capacidade, mas porque é o próprio projétil que se expande ao entrar em contato com as partes líquidas do corpo. Além do mais qualquer projétil irá deformar no impacto com uma superfície suficientemente dura, como um osso, por exemplo.
Comentário nº 4: A neutralização ou incapacitação imediata do agressor não ocorre em função do impacto, mas em virtude do projétil ponta oca, já expandido, produzir um canal de ferida permanente mais largo que o produzido pelo projétil ogival. Assim, quanto mais largo e profundo for o ferimento, maior a chance de incapacitação em virtude da intensa e rápida hemorragia capaz de induzir à inconsciência do agressor. O objetivo não é matar, mas incapacitar imediatamente aquele indivíduo que representa uma ameaça real e imediata à vida do policial. Se a munição empregada pela força policial não for capaz de produzir este resultado, então o policial será exposto ao perigo de morte, adicionalmente à sua já perigosa função, simplesmente porque a munição empregada não cumpre com eficácia seu objetivo. A questão aqui é tão somente o diâmetro do ferimento. Esse diâmetro também pode ser ampliado se for aumentado o calibre do projétil. Por exemplo, as polícias brasileiras poderiam substituir as munições 9 mm e .40 expansivas pela munição .45 não expansiva. É como diz um amigo policial civil e atirador prático: “Enquanto se discute se a munição usada pelas polícias expande ou não, é certo que o .45, naturalmente mais larga, não encolhe!” Contudo, como a média de aproveitamento dos disparos (acertos no alvo) é de 17%, segundo estatíticas americanas, o policial precisa levar consigo o maior número de cartuchos possíveis para aumentar a chance de acerto antes que ele fique sem munição, o que é inviável para armas no calibre .45. Por isto as forças armadas de todo o mundo e a Polícia Federal brasileira ainda utilizam o calibre 9 mm.
Comentário nº 5: Todo projétil de arma de fogo é letal por natureza, e até mesmo as tecnologias menos letais, como os projéteis de borracha, podem matar sob certas circunstâncias. Por exemplo, é bem provável que um projétil de qualquer calibre, que atinja o cérebro provoque a morte. Mas isso não quer dizer que o policial deva utilizar qualquer calibre ou mesmo treinar para acertar a cabeça do agressor, pois é difícil que ele consiga mirar cuidadosamente na cabeça durante o estresse de um tiroteio. É por isso que o treinamento conduz o policial a disparar contra o centro de massa, ou seja, a parte central do corpo humano, independentemente do calibre ou do tipo de projétil.
Comentário nº 6: Dum Dum é uma cidade indiana que durante o século 19 abrigou a Real Artilharia Britânica quando a Índia ainda era uma colônia inglesa. Nessa base militar, o oficial Neville Sneyd Bertie-Clay iniciou os trabalhos para o desenvolvimento das primeiras munições expansivas do tipo Soft Point (quando a camisa cobre parte do projétil, contudo deixando a ponta de chumbo exposta para que deforme e adquira a forma de um cogumelo durante a penetração no corpo humano). O desenvolvimento desse tipo de munição ocorreu porque os cartuchos ingleses da época eram incapazes de incapacitar imediatamente os revoltosos indianos, principalmente a curtas distâncias. Portanto, Dum Dum não é um tipo de munição, mas o local onde um tipo de projétil expansivo foi desenvolvido.
Comentário nº 11: A legislação está correta, afinal quem sabe das suas necessidades e diz como a polícia tem que operar é a própria polícia.
Humberto Wendling é Agente de Polícia Federal e Professor de Armamento e Tiro lotado na Delegacia de Polícia Federal em Uberlândia/MG.
E-mail: humberto.wendling@ig.com.br
Blog: www.comunidadepolicial.blogspot.com
Para fins didáticos, este texto contém os trechos mais importantes do artigo mencionado seguidos por alguns comentários numerados. Então, vamos lá!
“Policiais civis e militares brasileiros e agentes federais usam indiscriminadamente munições de ponta oca, cujo uso é proibido entre nações, pela Convenção de Haia de 1899. A norma regulamenta armas e munições que podem ser usadas por militares em conflitos armados, levando em conta o viés humanitário.” (Último Segundo, 2010).
Comentário nº 1: As polícias brasileiras não usam indiscriminadamente munições de ponta oca, pois se a legislação não proíbe tal munição, seu uso não pode ser considerado indiscriminado. Além disso, toda munição produzida pela única empresa existente no Brasil e vendida para as forças policiais é controlada pelo Exército Brasileiro. E cada cartucho possui um código serial marcado no estojo que viabiliza a localização da unidade policial que adquiriu aquele cartucho.
Comentário nº 2: A Convenção de Haia de 1899 também não proibiu o uso de munição expansiva, já que sua Declaração nº 3, de 29 de julho de 1899, que trata do uso de projéteis expansivos, informa que os países signatários concordam em se abster do uso de projéteis que expandem ou achatam facilmente no corpo humano, tais como os projéteis com camisas que não cobrem inteiramente seus núcleos ou cravados com incisões. A declaração informa, ainda, que o acordo só é válido para os países signatários em casos de guerra, mas pode cessar caso um deles se junte a outro país que não participa do acordo. Portanto, a abstenção ou recusa voluntária em usar munições expansivas pode ser interrompida mesmo nos conflitos bélicos.
Comentário nº 2: A Convenção de Haia de 1899 também não proibiu o uso de munição expansiva, já que sua Declaração nº 3, de 29 de julho de 1899, que trata do uso de projéteis expansivos, informa que os países signatários concordam em se abster do uso de projéteis que expandem ou achatam facilmente no corpo humano, tais como os projéteis com camisas que não cobrem inteiramente seus núcleos ou cravados com incisões. A declaração informa, ainda, que o acordo só é válido para os países signatários em casos de guerra, mas pode cessar caso um deles se junte a outro país que não participa do acordo. Portanto, a abstenção ou recusa voluntária em usar munições expansivas pode ser interrompida mesmo nos conflitos bélicos.
“As munições de ponta oca, ‘hollow point’, são ‘projéteis de expansão’. O artefato expande o tecido atingido, fazendo um buraco ao atingir o corpo humano, causando maior impacto e neutralizando o alvo com maior eficiência. Essa munição diminui muito a chance de ricochetear ou atravessar um alvo e atingir outra pessoa. Junto com outros projéteis de expansão ainda mais letais, a ponta oca usada no Brasil integra um grupo de munições popularmente conhecidas como ‘dum dum’.( Último Segundo, 2010).
Comentário nº 3: A expansão do tecido humano quando atingido por um projétil não é uma característica peculiar provocada pela munição ponta oca. Na verdade, qualquer objeto (faca, flecha, lança, dardo, agulha, prego, etc.) que pretenda perfurar um alvo precisa expandir o tecido humano até seu limite de ruptura. Este princípio se aplica tanto aos projéteis expansivos quanto aos ogivais. É óbvio, também, que todo objeto que pretenda perfurar o corpo humano deva “fazer um buraco”, caso contrário, não haverá uma perfuração. E perfurar o corpo humano sempre foi o objetivo principal de todas as armas ofensivas desenvolvidas pelo homem desde tempos remotos. Assim, o nome “expansivo” não se deve ao fato deste tipo de projétil expandir o tecido humano, pois qualquer objeto possui esta capacidade, mas porque é o próprio projétil que se expande ao entrar em contato com as partes líquidas do corpo. Além do mais qualquer projétil irá deformar no impacto com uma superfície suficientemente dura, como um osso, por exemplo.
Comentário nº 4: A neutralização ou incapacitação imediata do agressor não ocorre em função do impacto, mas em virtude do projétil ponta oca, já expandido, produzir um canal de ferida permanente mais largo que o produzido pelo projétil ogival. Assim, quanto mais largo e profundo for o ferimento, maior a chance de incapacitação em virtude da intensa e rápida hemorragia capaz de induzir à inconsciência do agressor. O objetivo não é matar, mas incapacitar imediatamente aquele indivíduo que representa uma ameaça real e imediata à vida do policial. Se a munição empregada pela força policial não for capaz de produzir este resultado, então o policial será exposto ao perigo de morte, adicionalmente à sua já perigosa função, simplesmente porque a munição empregada não cumpre com eficácia seu objetivo. A questão aqui é tão somente o diâmetro do ferimento. Esse diâmetro também pode ser ampliado se for aumentado o calibre do projétil. Por exemplo, as polícias brasileiras poderiam substituir as munições 9 mm e .40 expansivas pela munição .45 não expansiva. É como diz um amigo policial civil e atirador prático: “Enquanto se discute se a munição usada pelas polícias expande ou não, é certo que o .45, naturalmente mais larga, não encolhe!” Contudo, como a média de aproveitamento dos disparos (acertos no alvo) é de 17%, segundo estatíticas americanas, o policial precisa levar consigo o maior número de cartuchos possíveis para aumentar a chance de acerto antes que ele fique sem munição, o que é inviável para armas no calibre .45. Por isto as forças armadas de todo o mundo e a Polícia Federal brasileira ainda utilizam o calibre 9 mm.
Comentário nº 5: Todo projétil de arma de fogo é letal por natureza, e até mesmo as tecnologias menos letais, como os projéteis de borracha, podem matar sob certas circunstâncias. Por exemplo, é bem provável que um projétil de qualquer calibre, que atinja o cérebro provoque a morte. Mas isso não quer dizer que o policial deva utilizar qualquer calibre ou mesmo treinar para acertar a cabeça do agressor, pois é difícil que ele consiga mirar cuidadosamente na cabeça durante o estresse de um tiroteio. É por isso que o treinamento conduz o policial a disparar contra o centro de massa, ou seja, a parte central do corpo humano, independentemente do calibre ou do tipo de projétil.
Comentário nº 6: Dum Dum é uma cidade indiana que durante o século 19 abrigou a Real Artilharia Britânica quando a Índia ainda era uma colônia inglesa. Nessa base militar, o oficial Neville Sneyd Bertie-Clay iniciou os trabalhos para o desenvolvimento das primeiras munições expansivas do tipo Soft Point (quando a camisa cobre parte do projétil, contudo deixando a ponta de chumbo exposta para que deforme e adquira a forma de um cogumelo durante a penetração no corpo humano). O desenvolvimento desse tipo de munição ocorreu porque os cartuchos ingleses da época eram incapazes de incapacitar imediatamente os revoltosos indianos, principalmente a curtas distâncias. Portanto, Dum Dum não é um tipo de munição, mas o local onde um tipo de projétil expansivo foi desenvolvido.
“De acordo com o diretor do IML (Instituto Médico Legal) do Estado do Rio de Janeiro, Xxxxx Xxxxxxx, ‘a característica de um ferimento de bala oca [internamente] é semelhante à forma de um cogumelo, pois a munição retém todo o poder de energia do projétil dentro do corpo e dobra o seu poder de destruição, sendo mais letal que a munição em forma de ogiva, totalmente fechada’.” (Último Segundo, 2010).
Comentário nº 7: O estudo do FBI “Handgun Wounding Factors and Effectiveness” informa que frequentemente os médicos legistas não podem distinguir um ferimento causado por um projétil expansivo daquele provocado por um de ponta oca, pois não há diferença física nas lesões. Um ferimento de “bala oca” não é semelhante à forma de um cogumelo, porque é o projétil que assume essa configuração, não a lesão.
Comentário nº 8: Nenhuma munição, seja expansiva ou ogival, retém energia cinética, mas todas transferem esta energia para o alvo. Contudo, não é a transferência de energia cinética que incapacita o agressor, mas sim a distância penetrada no alvo e a quantidade de tecido destruído pelo projétil. Portanto, um projétil não possui energia suficiente para nocautear uma pessoa porque sua massa é milhares de vezes menor que a massa de um ser humano. Por exemplo, a massa de um projétil .40 (11,66 g) é 6.432 vezes menor que a massa de um homem de 75 kg. A quantidade de energia depositada no corpo humano por um projétil é equivalente a ser atingido por uma bola de beisebol, de acordo com o cirurgião americano Douglas Lindsey, em seu estudo denominado “The Idolatry of Velocity, or Lies, Damn Lies, and Ballistics” (1980, p. 1068-1069). Assim, um projétil não pode simplesmente nocautear um homem. Se houvesse energia suficiente para fazer isto, então uma energia equivalente seria aplicada contra o atirador, e ele também seria “nocauteado”. Essa informação é corroborada por uma das maiores autoridades sobre ferimentos balísticos, o Coronel do Corpo Médico do Exército Americano e médico especialista em balística terminal Martin L. Fackler.
Comentário nº 8: Nenhuma munição, seja expansiva ou ogival, retém energia cinética, mas todas transferem esta energia para o alvo. Contudo, não é a transferência de energia cinética que incapacita o agressor, mas sim a distância penetrada no alvo e a quantidade de tecido destruído pelo projétil. Portanto, um projétil não possui energia suficiente para nocautear uma pessoa porque sua massa é milhares de vezes menor que a massa de um ser humano. Por exemplo, a massa de um projétil .40 (11,66 g) é 6.432 vezes menor que a massa de um homem de 75 kg. A quantidade de energia depositada no corpo humano por um projétil é equivalente a ser atingido por uma bola de beisebol, de acordo com o cirurgião americano Douglas Lindsey, em seu estudo denominado “The Idolatry of Velocity, or Lies, Damn Lies, and Ballistics” (1980, p. 1068-1069). Assim, um projétil não pode simplesmente nocautear um homem. Se houvesse energia suficiente para fazer isto, então uma energia equivalente seria aplicada contra o atirador, e ele também seria “nocauteado”. Essa informação é corroborada por uma das maiores autoridades sobre ferimentos balísticos, o Coronel do Corpo Médico do Exército Americano e médico especialista em balística terminal Martin L. Fackler.
“Não há restrição legal para o uso da munição por forças policiais – a Convenção de Haia (1899) se aplica somente aos exércitos. Mas a sua aplicação é cercada de polêmica entre os defensores e críticos dos Direitos Humanos.” (Último Segundo, 2010).
Comentário nº 9: A Convenção de Haia se aplica somente às forças armadas dos países signatários e o que se proíbe, dentre outras coisas, é o emprego de armas, projéteis ou materiais calculados para causar sofrimento desnecessário. Então é importante frisar que o objetivo da munição expansiva é somente incapacitar imediatamente o agressor, mas jamais provocar sofrimento desnecessário.
“No exterior, a munição ponta oca é usada largamente pelas polícias dos Estados Unidos. Já na Inglaterra, foi utilizada, em 2005, para matar o brasileiro Jean Charles de Menezes, confundido com um terrorista dentro de uma estação de metrô em Londres.” (Último Segundo, 2010).
Comentário nº 10: Na Inglaterra a munição expansiva só é proibida para uso civil, conforme indica a Seção 5 (1A) do Ato de 1968, o que implica afirmar que não há proibição legal para o uso dessa munição por parte da polícia inglesa. Além disso, os chefes de polícia podem escolher qualquer tipo de munição que seja apropriado às necessidades operacionais dos policiais. O fato de o senhor Jean Charles ter sido morto não tem qualquer relação com a munição utilizada pela polícia, mas com o ponto de impacto dos projéteis (sete disparos na cabeça e um no ombro). Certamente, qualquer pessoa morreria se atingida sete vezes na cabeça por qualquer tipo de projétil de qualquer calibre.
“O uso no Brasil dessa munição não é proibida pela Lei Federal n° 10.826/2003 e pelo decreto presidencial n° 5.123/2004, responsáveis por regulamentar as armas e munições no País. Ainda segundo a legislação, o Exército é o responsável por autorizar as munições que são usadas na federação, e cada órgão policial solicita os artefatos de acordo com sua necessidade. Segundo o Coronel Achiles Filho, assessor da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados da corporação, ‘não existe proibição para o uso da munição ponta oca, somente restrição a calibres maiores para as polícias’.” (Último Segundo, 2010).
Comentário nº 11: A legislação está correta, afinal quem sabe das suas necessidades e diz como a polícia tem que operar é a própria polícia.
“No entanto o texto original da Conferência afirma que ‘estão banidas [em guerras] as munições que se expandem no corpo humano, como as que possuem o seu interior oco’.” (Último Segundo, 2010).
Comentário nº 12: o texto original da Convenção de Haia (1899) não bane as munições que se expandem no corpo humano. A Declaração nº 3 afirma que os países contratantes concordam em se abter do uso de projéteis que expandem ou achatam facilmente no corpo humano. O texto original informa o seguinte: “The Contracting Parties agree to abstain from the use of bullets which expand or flatten easily in the human body, such as bullets with a hard envelope which does not entirely cover the core, or is pierced with incisions.”
Comentário nº 13: Em 1907 ocorreu a segunda conferência de Haia, cujo objetivo era modificar algumas partes e adicionar outras ao texto da primeira convenção de 1899, especialmente em relação à guerra naval. O texto da Convenção de Haia de 1907 informa que o direito dos beligerantes para adotar meios para ferir o inimigo não é ilimitado; que é especialmente proibido empregar veneno ou armas envenenadas; matar ou ferir à traição indivíduos pertencentes à nação ou exército hostil; matar ou ferir um inimigo que, tendo deposto suas armas ou que não tenha condições de se defender, tenha se rendido incondicionalmente; empregar armas, projéteis ou materiais calculados para causar sofrimento desnecessário.
Comentário nº 14: Mesmo com o advento da Convenção de Genebra (1864) e das Convenções de Haia (1899, 1907 e 1954) que tentaram diminuir a gravidade dos conflitos armados no mundo, a própria ONU relata o crescimento no número de mortos nesses conflitos, conforme o quadro 5.1. Por quê? Porque as convenções tentam evitar o sofrimento desnecessário supostamente provocado pelos projéteis expansivos, mas não são capazes de impedir o ferimento ou a morte dos combatentes com o uso das munições ogivais.
Comentário nº 13: Em 1907 ocorreu a segunda conferência de Haia, cujo objetivo era modificar algumas partes e adicionar outras ao texto da primeira convenção de 1899, especialmente em relação à guerra naval. O texto da Convenção de Haia de 1907 informa que o direito dos beligerantes para adotar meios para ferir o inimigo não é ilimitado; que é especialmente proibido empregar veneno ou armas envenenadas; matar ou ferir à traição indivíduos pertencentes à nação ou exército hostil; matar ou ferir um inimigo que, tendo deposto suas armas ou que não tenha condições de se defender, tenha se rendido incondicionalmente; empregar armas, projéteis ou materiais calculados para causar sofrimento desnecessário.
Comentário nº 14: Mesmo com o advento da Convenção de Genebra (1864) e das Convenções de Haia (1899, 1907 e 1954) que tentaram diminuir a gravidade dos conflitos armados no mundo, a própria ONU relata o crescimento no número de mortos nesses conflitos, conforme o quadro 5.1. Por quê? Porque as convenções tentam evitar o sofrimento desnecessário supostamente provocado pelos projéteis expansivos, mas não são capazes de impedir o ferimento ou a morte dos combatentes com o uso das munições ogivais.
Human Development Report 2005 – Capítulo 5 – Violent Conflicts (http://hdr.undp.org/en/media/hdr05_po_chapter_51.pdf)
Comentário nº 15: Embora nenhuma munição seja capaz de incapacitar imediatamente o agressor sempre, certamente alguns tipos funcionam melhor que outros, e qualquer margem a favor do policial é desejável na autodefesa. É lógico que a falha em incapacitar pode variar de acordo com a gravidade do ferimento, lembrando que esta severidade é uma função do ponto de impacto, da profundidade da penetração e da quantidade de tecido destruído. Por isso, é seguro dizer que se um alvo for 100% destruído, então a incapacitação é certa. Se 50% do alvo for destruído, a incapacitação é menos provável. A incapacitação é ainda menos certa se 25% do alvo for destruído. Contudo, e voltando à realidade, a destruição provocada por um projétil de arma de fogo é bem menor que 1% do alvo, mas a comparação é inevitável. Assim, um projétil expansivo que destrua 0,07% do alvo (52 g de um homem com 75 kg) incapacitará com mais frequência do que aquele ogival que destrua 0,04% (30 g). De qualquer modo, esta diferença pode ser muito pequena, mas ela representa uma margem de vantagem que deve ser sempre favorável ao policial. Caso contrário, esta margem penderá para os criminosos que tentam matar policiais todos os dias.
É triste, mas a verdade é que os que estão contra os policiais não são apenas aqueles que empunham armas e, contrariando a própria Convenção de Haia, nos matam utilizando meios limitados apenas pela imaginação; que nos eliminam à traição ou mesmo quando já nos rendemos ou não temos condições de defesa; que usam as mesmas munições expansivas que alguns acham que devem ser banidas; que nos torturam e queimam em fornos improvisados no alto dos morros; que deixam filhos órfãos e esposas viúvas!
Muitos acreditam que a Declaração Universal dos Direitos Humanos não vale para os policiais que defendem diariamente a propriedade, a justiça, a liberdade e a paz de pessoas desconhecidas. Contudo, uma coisa é certa: criminosos jamais tornarão o mundo melhor! Felizmente, todos os policiais do mundo sabem disso! E quem não sabe ou não tem nada bom para dizer deveria, pelo menos, ficar em silêncio!
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.”
Humberto Wendling é Agente de Polícia Federal e Professor de Armamento e Tiro lotado na Delegacia de Polícia Federal em Uberlândia/MG.
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Presidente do Conselho Comunitário do Frei Damião é preso por posse ilegal de arma
Surpreendido no interior de sua residência, Ricardo, foi preso por estar de posse de duas armas, sendo uma tipo: escopeta, de fabricação caseira, suspeita de ter sido usada em assaltos aos postos de gasolina da cidade recentemente, segundo testemunhas, a outra, um revólver calibre .38 carregado com munições variadas tipo ogival e holy point. As armas foram encontradas no quarto do supracitado, que na noite anterior a sua prisão, teria se envolvido em uma briga dentro do ginásio da cidade, onde a partir dai, chegou ao nosso conhecimento através de pessoas que estavam presentes, que afirmaram saber da existência destas armas, fato este confirmado no momento da invasão, na busca residencial realizada na tarde do último sábado, dia 30 de outubro do corrente ano.
Este trabalho, não teria obtido êxito não fosse por algumas elementares a saber:
1- Participação da população local que vem denunciando traficantes e assaltantes da cidade de forma anônima.
2- O empenho dos policiais que mesmo estando de folga, foram voluntários a realizar esta operação sigilosa afim de retirar das ruas da cidade o homem suspeito fomentar o tráfico de drogas na região.
3- A nova política de policiamento implantada na cidade de Touros.
Ricardo foi preso e conduzido à cidade de João Câmara, onde foi lavrado o flagrante, logo após, foi conduzido ao presídio provisório, na cidade de Natal, por não haver em Touros local que ofereça o mínimo de segurança à prisão do mesmo. Ele já havia sido preso anteriormente e estava em liberdade condicional. Ricardo, antes de ser conduzido ao presidio provisório, afirmou as autoridades locais, nao ter sofrido qualquer tipo de agressão ou molestia, física ou psicológica, elogiando ainda o trabalho realizado pela PM local, e que segundo ele: FIZERAM UM TRABALHO LIMPO E ME RESPEITARAM A TODO INSTANTE, RETIRANDO DE LÁ O QUE REALMENTE EXISTIA DE ERRADO SEM ACRESCENTAR NADA.
Desta forma só temos a agradecer a todos os envolvidos nesta ação rápida e decisiva para o avanço dos trabalhos na busca da paz, na região de Touros.
Aprenda com os policiais mais experientes!
Então, o segredo é ouvir os policiais experientes, acreditar nas histórias que contam e colocar seus ensinamentos em prática na sua própria vida. “Quando você estiver chegando, tire o cinto de segurança!”; “Eu só atiro quanto tenho certeza!”; “Se puder beber, comer e descansar; beba, coma e descanse. Você não sabe quando poderá fazer isso de novo!”; “Policial não trabalha sozinho!”; “Calma! Ele vai continuar traficando, então a gente prende ele depois!”; “Algeme pra trás!”; “Fale pouco e ouça muito!”; “Não vá fazer m... hein!” e “Polícia não foi feita pra ajudar ninguém, mas no mínimo para atrapalhar!” são algumas frases que ouvi destes policiais.
Portanto, o que eu aprendi a partir disso abrange desde técnicas de sobrevivência até regras de comportamento que talvez tenham salvo minha vida em ocasiões que eu sequer percebi.
Não acredite em ninguém
Provavelmente, uma das coisas mais importantes que aprendi nesses anos é que as pessoas mentem. E não importa se são avós, pais, filhos, esposas, maridos, irmãs, irmãos, vizinhos, amigos, trabalhadores, desempregados, ateus, crentes, testemunhas ou mesmo suspeitos, pois todos eles mentem. Apesar de não mentirem sempre, com certeza todos eles mentem quando você conversa com eles.
Criminosos sempre mentem. Sempre. E eles vão lhe encarar direto nos olhos, transparecendo seriedade e inocência, e você será tentado a acreditar neles. Não acredite, porque eles estão mentindo.
Observe as mãos
Se um suspeito for lhe atacar, ele vai usar as mãos. Então, algeme qualquer um que transmita a impressão de que vai dar mais trabalho, mesmo que ele não goste disso. “Minha segurança em primeiro lugar, depois o sentimento alheio!” foi o que ouvi de alguém. Certa vez um preso me disse que eu não precisava algemá-lo porque ele iria se comportar. Bem, eu o algemei e disse que aquilo era para a segurança dos policiais e não pra dele. Ele não gostou nada, mas o fato é que eu ainda estou vivo, e aproveitando cada dia de sol. Lembre-se, quem diz como o trabalho policial deve ser feito é você e não o preso.
“As mãos matam!”. Foi o que disse um professor de tiro da Academia Nacional de Polícia. Então, observe as mãos constantemente já que você estará correndo risco até que consiga controlar as mãos do criminoso. Além disso, nenhuma academia de polícia ensina como algemar presos pela frente; e se o mundo inteiro algema criminosos para trás, você deve fazer o mesmo.
Sempre trave sua algema. Se ela não dispõe de um sistema de trava, então você deve descartá-la. Por quê? Porque todo delinquente é mentiroso, chato e folgado. Por isso, se sua algema não estiver travada, ele vai reclamar que ela está apertando até que você o algeme para frente. O problema é que algemado para frente, o bandido pode fugir, lutar contra você ou sacar sua arma.
Se você estiver entrevistando um suspeito e ele olhar para um lado, depois para o outro, e então sobre os seus ombros, provavelmente ele está procurando um lugar para onde correr. Algeme-o antes que ele fortaleça esta ideia e tome uma decisão.
Não adquira o hábito de colocar suas próprias mãos nos bolsos ou cruzar os braços na frente de um suspeito. Isso pode transmitir a impressão de que você é relaxado ou negligente. Além disso, você pode precisar dessas mãos para se defender. Então, é preciso que elas estejam disponíveis logo.
Faça uma busca pessoal. Faça outra busca pessoal
Em 28/05/2009 um policial civil foi assassinado e três foram feridos durante a condução de um preso. O preso foi detido pela Polícia Militar por estar embriagado e perturbando a ordem.
O suspeito foi levado à delegacia da Polícia Civil de Confresa/MT e colocado numa cela. Ao ser retirado do local, ele tirou um canivete da cueca e golpeou os policiais.
O investigador O.S. foi atingido no ombro e morreu em seguida; a escrivã A.G. recebeu dois golpes, um na cabeça e outro quase no pescoço; o policial M.M. foi gravemente ferido no abdômen e a investigadora M.S. também foi ferida.
O preso só foi contido quando a policial R.M.M. atirou na perna dele. Ao que tudo indica, as buscas pessoais realizadas pelas polícias foram mal conduzidas ou não foram feitas.
Portanto, se outro policial lhe entregar um preso, faça uma nova busca pessoal antes de assumir a custódia, mesmo que você tenha acabado de ver aquele policial fazer isso.
Faça uma busca pessoal em qualquer pessoa que esteja perto o suficiente para manter contato físico numa situação que pode se tornar crítica ou se você tiver a menor suspeita sobre algo.
Se você não se sente à vontade em “apalpar” alguém, você ainda pode realizar uma busca pessoal minuciosa. Assim, leve o suspeito até um cômodo reservado (cela, quarto, etc.) e mande que ele retire toda a roupa, mas uma peça de cada vez que deve ser entregue na sua mão. Reviste cada peça de roupa. Ordene que o suspeito, ainda nu, se agache de frente e de costas. Mande que ele levante os braços e depois as solas dos pés. Ordene que ele esfregue os cabelos com as mãos, depois abra a boca e ponha a língua para fora.
Dê uma geral em qualquer pessoa que entre na viatura, mesmo que seja aquele informante que já ajudou a polícia centenas de vezes. Afinal, informantes também são criminosos. Faça o mesmo ao colocar ou retirar um preso da cela. Reviste os bancos e o cubículo da viatura antes e depois de colocar um custodiado dentro do carro. É quando você pode achar drogas, lâminas, anotações, celulares, armas, etc.
Armas e equipamentos
Sua arma deve estar pronta, envolvida por um coldre de qualidade ou por suas mãos, e de mais ninguém. Dedo fora do gatilho. Já falei sobre isso em outros artigos.
Leve um carregador sobressalente. Se puder leve dois carregadores reservas. Conheço um policial que disparou 15 tiros contra dois assaltantes armados. Num piscar de olhos o policial ficou sem munição, mas por sorte os criminosos também ficaram sem munição. Você provavelmente deve conhecer casos semelhantes. Então, aprenda com as experiências dos outros.
Só atire quando tiver certeza de que é para salvar sua vida ou a de outra pessoa. Armas foram feitas para incapacitar pessoas, e muitas vezes até isso é difícil. Tiros não param aviões, automóveis ou motocicletas a não ser que você acerte o condutor – o que normalmente não é uma ideia razoável. Tiros também não abrem portas, sendo provável que o projétil atravesse a porta e acerte um inocente. Já vi esse tipo de ocorrência duas vezes!
Tenha sempre à mão um canivete tático dobrável e um alicate multifuncional. Certa vez, durante uma operação de DRE, aquela velha camionete D-20 de cor azul teve o cabo do acelerador quebrado numa estrada entre os municípios de “São Ninguém” e “Lugar Algum”. Mas foi o alicate multifuncional e um pedaço de arame de um antigão que nos tirou dali. Ele olhou para mim sorrindo e disse: “É pra isso que eu carrego estas coisas!”
Em algumas situações você pode levar alternativas menos letais, como um spray de pimenta, um bastão retrátil. Um bastão é o melhor substituto para a coronha de uma arma e para as mãos. Imagine que você precise quebrar o vidro de um carro para socorrer alguém. Sem esta ferramenta, talvez você se sinta forçado a quebrar a janela usando objetos que não foram desenvolvidos para tal fim.
Isso me lembra uma orientação muito importante: proteja suas mãos. Como são elas que vão salvar sua vida, você não deve fazer com elas aquilo que deve ser feito com uma ferramenta. Não ponha as mãos nos bolsos de um suspeito porque você pode ser ferido por lâminas ou agulhas.
Compre uma caixa de luvas de látex para procedimentos (luvas cirúrgicas). A caixa com 100 unidades custa cerca de R$ 15, o que é pouco pela proteção oferecida contra a imundice e o mau cheiro que normalmente são encontrados nas casas de pessoas investigadas. Recentemente, recebi um e-mail de um colega (que ganha R$ 7.500,00 por mês) dizendo que não iria comprar um kit de limpeza de arma (que custava R$ 20,00) porque isso era tarefa da União. Espero que ele compre pelo menos a caixa de luvas que custa 25% menos!
Cuidado com objetos que parecem inofensivos
Pessoas desesperadas podem atacá-lo com qualquer objeto à mão, especialmente na cozinha, no gabinete ou no cartório. Portanto, tenha cuidado com canetas, grampeadores, ferramentas, tesouras, facas, garrafas, etc. Lembre-se, observe as mãos e as algeme se suspeitar de algo.
Luzes
Compre uma lanterna de qualidade. Ser capaz de ver bem é tão importante quanto estar armado. Jamais compre estas lanterninhas xing ling que são vendidas nas feirinhas de importados. Compre logo uma lanterna Surefire, Streamlight, Fenix, Blackhawk, Inova, Ultrafire ou Pelican para situações táticas. Tenha sempre uma Mini Maglite 2AA ou Police para buscas diversas (o que economiza a bateria e a vida útil da lanterna tática) e uma lanterna de bolso 1AAA afixada no chaveiro do seu carro para as emergências.
Isso pode parecer um exagero, mas infelizmente tudo que depende da energia elétrica cedo ou tarde falha ou apaga.
Cuidado ao dirigir a viatura ou perseguir alguém a pé
Não dirija como um doido e ziguezagueando pelas ruas, mesmo numa situação de emergência. As pessoas demoram a ouvir as sirenes, a entender o que está acontecendo e o que devem fazer. Com uma viatura é muito fácil você chegar num cruzamento antes que os outros motoristas percebam. E se você se envolver num acidente, sua missão acaba aqui porque você não poderá ajudar ninguém se estiver incapacitado. Portanto, mantenha-se na faixa da esquerda, pois é isto que manda o código de trânsito e é o que os outros motoristas esperam que você faça.
Se você estiver perseguindo um criminoso a pé e notar que seus colegas sumiram, pare – eles terão dificuldade para encontrá-lo caso você precise de ajuda. Se você estiver perseguindo um criminoso e de repente ele sumir, pare – talvez ele tenha preparado uma emboscada.
Portanto, não banque o herói. Haverá outra chance para você prendê-lo algum dia ou ele será morto por um desafeto. De qualquer modo, você vence.
Entrevistando suspeitos
A primeira coisa que você deve fazer ao entrevistar algum suspeito é evitar perguntas idiotas. Isso parece óbvio, mas mesmo assim cito algumas perguntas que já foram feitas. Prepare-se! “O que você comeu hoje?”, “Você está armado?”, “Onde está a droga?”, “Este documento é falso?”, “Você vai fugir?”, “Esta arma é sua?”, “Por que você não diz a verdade?”.
O segundo aspecto numa entrevista é deixar que o suspeito fale. Quanto mais ele fala, mais mentiras ele conta. Ouça o que ele diz, tome nota e confira as informações. Se forem falsas, simplesmente diga ao suspeito que ele está mentido e que você sabe disso.
Quando você tiver alguém sob sua custódia, jamais comente assuntos relacionados à investigação. Não diga como você chegou até ele, nem revele qualquer informação que possa ser utilizada por ele para aperfeiçoar suas técnicas criminosas. E jamais conte o que ele fez de errado para que você conseguisse pegá-lo. Isto dificulta o trabalho da polícia depois. Recentemente, um preso reclamou que a polícia havia entrado muito cedo em sua casa. O policial respondeu que na verdade a polícia estava no local às 05h30, mas que ela só poderia entrar no local a partir das 06h. O policial ainda disse que era costume aguardar alguns minutos pra que todos os relógios marcassem este último horário. Em outra ocasião, um policial disse ao preso que tinha sido muito fácil prendê-lo porque ele foi desatento e não percebeu que estava sendo seguido. Infelizmente, alguns policiais querem mostrar que são bons profissionais, e acabam revelando informações que não deveriam.
Dê atenção ao instinto
Sempre use o bom senso. Sempre. E se você sentir que há algo errado, simplesmente acredite que há algo errado. Mantenha este foco mental até ter certeza se está tudo bem.
Sempre confie na sua intuição. Sempre. É o acúmulo das experiências que fazem sentido para você e que está trabalhando de modo subconsciente para mantê-lo a salvo. Isso me leva ao item “Não acreditem em ninguém”.
Abra seus olhos
Saiba que não existem presos “tranquilos” ou “gente boa”. As unidades prisionais espalhadas pelo país estão repletas de ladrões, assaltantes, homicidas, latrocidas, estelionatários, falsários, sequestradores, torturadores, estupradores, traficantes, etc. E nenhum deles é “gente boa” ou “tranquilo”. Se você ainda tem alguma dúvida, basta perguntar às vítimas!
Dos direitos dos presos
O artigo 42 da Lei 7.210/84 diz o seguinte: “Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção.” A expressão NO QUE COUBER implica dizer que o preso não tem direito a tomar cafezinho, comer pão de queijo, fumar um cigarrinho, perambular pela delegacia como se fosse um funcionário ou ficar abraçadinho com a namorada.
Sugestões
Há dezenas de dicas que você pode acrescentar neste texto para torná-lo melhor. Faça isso e depois leia o artigo de vez em quando.
E não se esqueça de preparar uma BOROCA. Mas se você não sabe o que é isso, pergunte aos colegas mais antigos ou experientes.
*Este artigo é também uma homenagem aos colegas com quem tive a oportunidade de aprender na SR/DPF/DF, na DRE/SR/DPF/MG, no SAT/ANP e na DPF/UDI/MG.
Humberto Wendling é Agente de Polícia Federal e professor de Armamento e Tiro lotado na Delegacia de Polícia Federal em Uberlândia/MG.
E-mail: humberto.wendling@ig.com.br
Blog: www.comunidadepolicial.blogspot.com
Portanto, o que eu aprendi a partir disso abrange desde técnicas de sobrevivência até regras de comportamento que talvez tenham salvo minha vida em ocasiões que eu sequer percebi.
Não acredite em ninguém
Provavelmente, uma das coisas mais importantes que aprendi nesses anos é que as pessoas mentem. E não importa se são avós, pais, filhos, esposas, maridos, irmãs, irmãos, vizinhos, amigos, trabalhadores, desempregados, ateus, crentes, testemunhas ou mesmo suspeitos, pois todos eles mentem. Apesar de não mentirem sempre, com certeza todos eles mentem quando você conversa com eles.
Criminosos sempre mentem. Sempre. E eles vão lhe encarar direto nos olhos, transparecendo seriedade e inocência, e você será tentado a acreditar neles. Não acredite, porque eles estão mentindo.
Observe as mãos
Se um suspeito for lhe atacar, ele vai usar as mãos. Então, algeme qualquer um que transmita a impressão de que vai dar mais trabalho, mesmo que ele não goste disso. “Minha segurança em primeiro lugar, depois o sentimento alheio!” foi o que ouvi de alguém. Certa vez um preso me disse que eu não precisava algemá-lo porque ele iria se comportar. Bem, eu o algemei e disse que aquilo era para a segurança dos policiais e não pra dele. Ele não gostou nada, mas o fato é que eu ainda estou vivo, e aproveitando cada dia de sol. Lembre-se, quem diz como o trabalho policial deve ser feito é você e não o preso.
“As mãos matam!”. Foi o que disse um professor de tiro da Academia Nacional de Polícia. Então, observe as mãos constantemente já que você estará correndo risco até que consiga controlar as mãos do criminoso. Além disso, nenhuma academia de polícia ensina como algemar presos pela frente; e se o mundo inteiro algema criminosos para trás, você deve fazer o mesmo.
Sempre trave sua algema. Se ela não dispõe de um sistema de trava, então você deve descartá-la. Por quê? Porque todo delinquente é mentiroso, chato e folgado. Por isso, se sua algema não estiver travada, ele vai reclamar que ela está apertando até que você o algeme para frente. O problema é que algemado para frente, o bandido pode fugir, lutar contra você ou sacar sua arma.
Se você estiver entrevistando um suspeito e ele olhar para um lado, depois para o outro, e então sobre os seus ombros, provavelmente ele está procurando um lugar para onde correr. Algeme-o antes que ele fortaleça esta ideia e tome uma decisão.
Não adquira o hábito de colocar suas próprias mãos nos bolsos ou cruzar os braços na frente de um suspeito. Isso pode transmitir a impressão de que você é relaxado ou negligente. Além disso, você pode precisar dessas mãos para se defender. Então, é preciso que elas estejam disponíveis logo.
Faça uma busca pessoal. Faça outra busca pessoal
Em 28/05/2009 um policial civil foi assassinado e três foram feridos durante a condução de um preso. O preso foi detido pela Polícia Militar por estar embriagado e perturbando a ordem.
O suspeito foi levado à delegacia da Polícia Civil de Confresa/MT e colocado numa cela. Ao ser retirado do local, ele tirou um canivete da cueca e golpeou os policiais.
O investigador O.S. foi atingido no ombro e morreu em seguida; a escrivã A.G. recebeu dois golpes, um na cabeça e outro quase no pescoço; o policial M.M. foi gravemente ferido no abdômen e a investigadora M.S. também foi ferida.
O preso só foi contido quando a policial R.M.M. atirou na perna dele. Ao que tudo indica, as buscas pessoais realizadas pelas polícias foram mal conduzidas ou não foram feitas.
Portanto, se outro policial lhe entregar um preso, faça uma nova busca pessoal antes de assumir a custódia, mesmo que você tenha acabado de ver aquele policial fazer isso.
Faça uma busca pessoal em qualquer pessoa que esteja perto o suficiente para manter contato físico numa situação que pode se tornar crítica ou se você tiver a menor suspeita sobre algo.
Se você não se sente à vontade em “apalpar” alguém, você ainda pode realizar uma busca pessoal minuciosa. Assim, leve o suspeito até um cômodo reservado (cela, quarto, etc.) e mande que ele retire toda a roupa, mas uma peça de cada vez que deve ser entregue na sua mão. Reviste cada peça de roupa. Ordene que o suspeito, ainda nu, se agache de frente e de costas. Mande que ele levante os braços e depois as solas dos pés. Ordene que ele esfregue os cabelos com as mãos, depois abra a boca e ponha a língua para fora.
Dê uma geral em qualquer pessoa que entre na viatura, mesmo que seja aquele informante que já ajudou a polícia centenas de vezes. Afinal, informantes também são criminosos. Faça o mesmo ao colocar ou retirar um preso da cela. Reviste os bancos e o cubículo da viatura antes e depois de colocar um custodiado dentro do carro. É quando você pode achar drogas, lâminas, anotações, celulares, armas, etc.
Armas e equipamentos
Sua arma deve estar pronta, envolvida por um coldre de qualidade ou por suas mãos, e de mais ninguém. Dedo fora do gatilho. Já falei sobre isso em outros artigos.
Leve um carregador sobressalente. Se puder leve dois carregadores reservas. Conheço um policial que disparou 15 tiros contra dois assaltantes armados. Num piscar de olhos o policial ficou sem munição, mas por sorte os criminosos também ficaram sem munição. Você provavelmente deve conhecer casos semelhantes. Então, aprenda com as experiências dos outros.
Só atire quando tiver certeza de que é para salvar sua vida ou a de outra pessoa. Armas foram feitas para incapacitar pessoas, e muitas vezes até isso é difícil. Tiros não param aviões, automóveis ou motocicletas a não ser que você acerte o condutor – o que normalmente não é uma ideia razoável. Tiros também não abrem portas, sendo provável que o projétil atravesse a porta e acerte um inocente. Já vi esse tipo de ocorrência duas vezes!
Tenha sempre à mão um canivete tático dobrável e um alicate multifuncional. Certa vez, durante uma operação de DRE, aquela velha camionete D-20 de cor azul teve o cabo do acelerador quebrado numa estrada entre os municípios de “São Ninguém” e “Lugar Algum”. Mas foi o alicate multifuncional e um pedaço de arame de um antigão que nos tirou dali. Ele olhou para mim sorrindo e disse: “É pra isso que eu carrego estas coisas!”
Em algumas situações você pode levar alternativas menos letais, como um spray de pimenta, um bastão retrátil. Um bastão é o melhor substituto para a coronha de uma arma e para as mãos. Imagine que você precise quebrar o vidro de um carro para socorrer alguém. Sem esta ferramenta, talvez você se sinta forçado a quebrar a janela usando objetos que não foram desenvolvidos para tal fim.
Isso me lembra uma orientação muito importante: proteja suas mãos. Como são elas que vão salvar sua vida, você não deve fazer com elas aquilo que deve ser feito com uma ferramenta. Não ponha as mãos nos bolsos de um suspeito porque você pode ser ferido por lâminas ou agulhas.
Compre uma caixa de luvas de látex para procedimentos (luvas cirúrgicas). A caixa com 100 unidades custa cerca de R$ 15, o que é pouco pela proteção oferecida contra a imundice e o mau cheiro que normalmente são encontrados nas casas de pessoas investigadas. Recentemente, recebi um e-mail de um colega (que ganha R$ 7.500,00 por mês) dizendo que não iria comprar um kit de limpeza de arma (que custava R$ 20,00) porque isso era tarefa da União. Espero que ele compre pelo menos a caixa de luvas que custa 25% menos!
Cuidado com objetos que parecem inofensivos
Pessoas desesperadas podem atacá-lo com qualquer objeto à mão, especialmente na cozinha, no gabinete ou no cartório. Portanto, tenha cuidado com canetas, grampeadores, ferramentas, tesouras, facas, garrafas, etc. Lembre-se, observe as mãos e as algeme se suspeitar de algo.
Luzes
Compre uma lanterna de qualidade. Ser capaz de ver bem é tão importante quanto estar armado. Jamais compre estas lanterninhas xing ling que são vendidas nas feirinhas de importados. Compre logo uma lanterna Surefire, Streamlight, Fenix, Blackhawk, Inova, Ultrafire ou Pelican para situações táticas. Tenha sempre uma Mini Maglite 2AA ou Police para buscas diversas (o que economiza a bateria e a vida útil da lanterna tática) e uma lanterna de bolso 1AAA afixada no chaveiro do seu carro para as emergências.
Isso pode parecer um exagero, mas infelizmente tudo que depende da energia elétrica cedo ou tarde falha ou apaga.
Cuidado ao dirigir a viatura ou perseguir alguém a pé
Não dirija como um doido e ziguezagueando pelas ruas, mesmo numa situação de emergência. As pessoas demoram a ouvir as sirenes, a entender o que está acontecendo e o que devem fazer. Com uma viatura é muito fácil você chegar num cruzamento antes que os outros motoristas percebam. E se você se envolver num acidente, sua missão acaba aqui porque você não poderá ajudar ninguém se estiver incapacitado. Portanto, mantenha-se na faixa da esquerda, pois é isto que manda o código de trânsito e é o que os outros motoristas esperam que você faça.
Se você estiver perseguindo um criminoso a pé e notar que seus colegas sumiram, pare – eles terão dificuldade para encontrá-lo caso você precise de ajuda. Se você estiver perseguindo um criminoso e de repente ele sumir, pare – talvez ele tenha preparado uma emboscada.
Portanto, não banque o herói. Haverá outra chance para você prendê-lo algum dia ou ele será morto por um desafeto. De qualquer modo, você vence.
Entrevistando suspeitos
A primeira coisa que você deve fazer ao entrevistar algum suspeito é evitar perguntas idiotas. Isso parece óbvio, mas mesmo assim cito algumas perguntas que já foram feitas. Prepare-se! “O que você comeu hoje?”, “Você está armado?”, “Onde está a droga?”, “Este documento é falso?”, “Você vai fugir?”, “Esta arma é sua?”, “Por que você não diz a verdade?”.
O segundo aspecto numa entrevista é deixar que o suspeito fale. Quanto mais ele fala, mais mentiras ele conta. Ouça o que ele diz, tome nota e confira as informações. Se forem falsas, simplesmente diga ao suspeito que ele está mentido e que você sabe disso.
Quando você tiver alguém sob sua custódia, jamais comente assuntos relacionados à investigação. Não diga como você chegou até ele, nem revele qualquer informação que possa ser utilizada por ele para aperfeiçoar suas técnicas criminosas. E jamais conte o que ele fez de errado para que você conseguisse pegá-lo. Isto dificulta o trabalho da polícia depois. Recentemente, um preso reclamou que a polícia havia entrado muito cedo em sua casa. O policial respondeu que na verdade a polícia estava no local às 05h30, mas que ela só poderia entrar no local a partir das 06h. O policial ainda disse que era costume aguardar alguns minutos pra que todos os relógios marcassem este último horário. Em outra ocasião, um policial disse ao preso que tinha sido muito fácil prendê-lo porque ele foi desatento e não percebeu que estava sendo seguido. Infelizmente, alguns policiais querem mostrar que são bons profissionais, e acabam revelando informações que não deveriam.
Dê atenção ao instinto
Sempre use o bom senso. Sempre. E se você sentir que há algo errado, simplesmente acredite que há algo errado. Mantenha este foco mental até ter certeza se está tudo bem.
Sempre confie na sua intuição. Sempre. É o acúmulo das experiências que fazem sentido para você e que está trabalhando de modo subconsciente para mantê-lo a salvo. Isso me leva ao item “Não acreditem em ninguém”.
Abra seus olhos
Saiba que não existem presos “tranquilos” ou “gente boa”. As unidades prisionais espalhadas pelo país estão repletas de ladrões, assaltantes, homicidas, latrocidas, estelionatários, falsários, sequestradores, torturadores, estupradores, traficantes, etc. E nenhum deles é “gente boa” ou “tranquilo”. Se você ainda tem alguma dúvida, basta perguntar às vítimas!
Dos direitos dos presos
O artigo 42 da Lei 7.210/84 diz o seguinte: “Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção.” A expressão NO QUE COUBER implica dizer que o preso não tem direito a tomar cafezinho, comer pão de queijo, fumar um cigarrinho, perambular pela delegacia como se fosse um funcionário ou ficar abraçadinho com a namorada.
Sugestões
Há dezenas de dicas que você pode acrescentar neste texto para torná-lo melhor. Faça isso e depois leia o artigo de vez em quando.
E não se esqueça de preparar uma BOROCA. Mas se você não sabe o que é isso, pergunte aos colegas mais antigos ou experientes.
*Este artigo é também uma homenagem aos colegas com quem tive a oportunidade de aprender na SR/DPF/DF, na DRE/SR/DPF/MG, no SAT/ANP e na DPF/UDI/MG.
Humberto Wendling é Agente de Polícia Federal e professor de Armamento e Tiro lotado na Delegacia de Polícia Federal em Uberlândia/MG.
E-mail: humberto.wendling@ig.com.br
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Sobrevivencia Policial - Humberto Wendling
O que eu faço quando alguém está atirando?
A resposta para esta pergunta é: depende.
Depende de onde você está, com quem você está, quem está atirando, quais opções você tem, e da sua habilidade.
De qualquer modo, os resultados mais comuns quando alguém está atirando em você são:
1) Você morre;
2) Você vai para o hospital;
3) Você foge;
4) Você atira de volta e o agressor foge;
5) Você atira com tanta concentração na tarefa e tão bem que o agressor é ferido ou morto;
6) Outra pessoa aparece e também atira, resultando num dos itens acima.
E as pessoas que querem matar alguém normalmente não param até que:
1) Tenham sucesso;
2) Acreditem que foram bem sucedidas;
3) O perigo aparece e elas têm que parar.
Então, a primeira questão é se o atirador está disparando especificamente em você ou se ele está atirando em outra pessoa e os projéteis estão indo noutra direção. Estes dois cenários são relevantes para a escolha da melhor estratégia de reação. De qualquer modo, seus objetivos devem ser:
1) Sair da linha de tiro;
2) Sair da visão do atirador;
3) Sair da área.
Enquanto estes objetivos também se apliquem para quando alguém está tentando matá-lo, devido à gravidade da situação, você provavelmente precisará fazer algo mais para se salvar. Mas quando o atirador está disparando noutra pessoa, provavelmente ele vai estar muito ocupado para se preocupar com você. De qualquer forma, as estratégias mencionadas são padrões de comportamento muito eficazes.
Agora observe a ilustração ao lado. Imagine que as setas que formam o V representam a fatia de um bolo e que o atirador está na ponta mais estreita (o vértice). Assim, quanto mais distante do atirador, mais larga é a fatia, e do ponto de vista dele, menor é o alvo (perspectiva). Do modo contrário, quanto mais perto do atirador, mais estreita é a fatia, e maior o alvo.
A distância é um fator importante porque se o atirador não apontar a arma direito, mesmo que ele queira atirar no alvo, existe uma boa chance dele errar. Desse modo, quanto mais longe do atirador, maior a margem de erro. Assim, o problema aqui não é o tamanho da arma ou do calibre, mas o tamanho do alvo que você representa para o criminoso. Voltando à ilustração, se você se distancia do atirador, isto significa que seu corpo preenche apenas ¼ da fatia (representada pela figura oval de linha pontilhada), e não um inteiro (se você estiver próximo demais). Quer dizer, quanto mais você se afasta do atirador, mesmo dentro da fatia, menor a chance de você ser atingido.
Mas não interessa só se você está perto ou longe, porque o que importa também é que você ainda está dentro da fatia, e os projéteis lá dentro só vão parar quando atingirem alguma coisa ou alguém. E enquanto correr pode ajudar, o que você precisa fazer é sair da fatia.
Por isso é importante saber se o criminoso está atirando noutra pessoa. Se ele está disparando contra você, há uma grande chance de que ele se mova para colocar você dentro da fatia de novo.
Então, a segunda questão que vai determinar sua conduta é: você está dentro ou fora da fatia? Você está em uma área ampla e aberta ou num local onde existe uma cobertura (quando você não pode ser visto) ou um abrigo (quando os projéteis não podem lhe atingir)? Aqui também há uma diferença.
Se você está num local fechado com um atirador, SAIA JÁ! Infelizmente, muitas pessoas se abaixam ou tentam se esconder atrás de mesas e portas. Se for preciso jogar uma cadeira na janela para criar uma saída, faça isso! Correr para outro ambiente pode lhe fornecer tempo para criar outra rota de fuga também.
Outra coisa que você precisa fazer quando estiver saindo de um tiroteio em um ambiente fechado é NÃO PARAR. Quando mais longe você estiver, menor a chance de ser atingido por um tiro.
Mas se você está num local aberto e um tiroteio começa, ENTRE EM ALGUM LUGAR, mas não pare para ver o que está acontecendo. Entre no prédio e ganhe distância da entrada. Fazendo isso, você sai da linha de tiro, da visão do atirador e está coberto e abrigado.
Se você está um local aberto e muito amplo onde não existe cobertura ou abrigo, CORRA! Aumente ao máximo a distância entre você e o atirador. Lembre-se sobre o que foi dito a respeito da distância. Se no meio do caminho, você encontrar algo que possa protegê-lo, continue correndo, e coloque o objeto entre você e o atirador para que sua fuga fique protegida.
Talvez o mais importante seja saber o que não fazer. Portanto, quando alguém estiver atirando não fique parado de pé para ver o que está ocorrendo. O som típico dos tiros já diz que alguma coisa complicou. Ficar parado de pé faz você um alvo estacionário que pode ser visto pelo atirador.
A terceira consideração é se o criminoso está realmente querendo matar você. Se ele está decidido em fazer isso, então ele vai rastrear você até colocá-lo dentro da fatia do bolo e se aproximar o máximo para acertar o maior número de tiros. E é aqui que os seis resultados mais comuns de quando alguém está atirando em você ocorrem.
Se você for atingido uma vez, mas socorrido com qualidade e rapidez, sua chance de sobrevivência é muita grande. Mas se você ficar parado suas chances diminuem à medida que você leva mais tiros à queima-roupa.
O quarto aspecto se refere às pessoas que estão com você. Ser capaz de proteger a própria família é um item importante na decisão de ter e usar uma arma de fogo.
Desse modo, você precisa reconhecer que sua tarefa se assemelha ao trabalho de segurança de dignitário, no qual a primeira prioridade é conduzir a pessoa para longe do perigo ao invés de ficar parado trocando tiros com os agressores. Ou seja, você leva a pessoa para a primeira entrada disponível, para dentro do carro ou do edifício, mas sempre para longe do perigo.
Contudo, se você sente que tem de atirar também, a primeira coisa que precisa fazer é se mover para uma posição diferente. Fazendo isso, você vai forçar o atirador a mover a fatia do bolo para reenquadrá-lo. Por quê? Porque o criminoso perceberá que a resistência (e o perigo) vem da sua parte e não da sua família. Assim, sua família ficará fora da área de ação do criminoso e poderá se salvar.
Porém, se o criminoso estiver atirando em você de propósito e você estiver sozinho... é para esta situação que serve seu treinamento de tiro de combate, de autodefesa, em ambiente confinado, tático, defensivo, etc. Não importa o nome que se dê para isso, pois você ainda precisa se afastar dele, sair da fatia e não parar de atirar até que o perigo desapareça. Aí você vai ficar surpreso com a rapidez com que o criminoso irá fugir quando você estiver atirando nele.
Humberto Wendling é Agente de Polícia Federal e professor de Armamento e Tiro lotado na Delegacia de Polícia Federal em Uberlândia/MG.
E-mail: humberto.wendling@ig.com.br
Blog: www.comunidadepolicial.blogspot.com
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